Friday, July 14, 2006

mary mary quite contrary


um amor virtual, dizes tu. mas é muito mais real. tão real como tu. como eu. quase vitreal. como em vidro. transparente. e derretendo lentamente ao longo do tempo. não desaparece. não o meu. desliza sem se ver. para junto de ti, como eu. vês-me? vê-me. não é díficil, pois não? sou claro como a água. desculpa era vidro que queria dizer. e transparente. claro não, ok? não interessa. tu é que interessas. nós interessantes. beligerantes. eu sei, eu sei. foi só aquela vez, e já foi há uma semana. ou duas? sinceramente não me lembro. pára com isso. sim consigo ver esse sorriso a formar-se. esse. aquele que fazes quando eu não me lembro. de tudo, de nada. ou simplesmente de alguma coisa. não. sorri. é que prefiro ver-te sorrir. o arrufo... (desculpa, não gostas de "arrufo"? tens razão. eu mudo.) a briga? (desculpa, não sai nada melhor...) a discussão... não a discussão, não. não discutimos. gritámos. está bem. eu gritei. tu foste mais subtil. mais cáustica. e mais vil. e eu gritei. o grito do justo injustiçado. e depois, depois nada. eu na sala. tu no quarto. mudos. sem resolução. como vês, não discutimos. foi o fado. o que dizes? atiramos as culpas para cima do fado? é muito razoável e quase indolor. indolente de certeza. "nenhum de nós está habituado" ou "foi demasiado fado para uma noite só" ou ainda "foi a gordura da comida, deu-me azia, sabes?". já sei, já sei. esta não tem o fado. mas deu-me azia de qualquer maneira. ou então "desculpa". não, não há ironia. estou a pedir-ta. por gritar, mas não só. por ter subido ao meu pedestal e ter achado que a tua injustiça merecia ser castigada com o meu silêncio. e aqui aparece a ironia. a ironia de tantas vezes ficar calado sem querer castigar-te, e decidir que para castigar-te iria manter-me em silêncio. e por isso também. por todo esse silêncio. ontem dizias que era dos livros. duvidei. mas se calhar é. estavas a ser irónica, eu sei. mas disseste-me na mesma. mas eu gosto dos livros. quase tanto como de ti. e olha que não é pouco. tu sabes? às vezes duvido. porquê? também por causa dos livros. mas essencialmente por causa de mim. na sua imbecilidade os moldy peaches acertaram. i don't see what anyone can see in anyone else but you. até já.

bright

tracks

underpass

place royale

running out of duck

yeah, the trees, those useless trees