mary mary quite contrary
um amor virtual, dizes tu. mas é muito mais real. tão real como tu. como eu. quase vitreal. como em vidro. transparente. e derretendo lentamente ao longo do tempo. não desaparece. não o meu. desliza sem se ver. para junto de ti, como eu. vês-me? vê-me. não é díficil, pois não? sou claro como a água. desculpa era vidro que queria dizer. e transparente. claro não, ok? não interessa. tu é que interessas. nós interessantes. beligerantes. eu sei, eu sei. foi só aquela vez, e já foi há uma semana. ou duas? sinceramente não me lembro. pára com isso. sim consigo ver esse sorriso a formar-se. esse. aquele que fazes quando eu não me lembro. de tudo, de nada. ou simplesmente de alguma coisa. não. sorri. é que prefiro ver-te sorrir. o arrufo... (desculpa, não gostas de "arrufo"? tens razão. eu mudo.) a briga? (desculpa, não sai nada melhor...) a discussão... não a discussão, não. não discutimos. gritámos. está bem. eu gritei. tu foste mais subtil. mais cáustica. e mais vil. e eu gritei. o grito do justo injustiçado. e depois, depois nada. eu na sala. tu no quarto. mudos. sem resolução. como vês, não discutimos. foi o fado. o que dizes? atiramos as culpas para cima do fado? é muito razoável e quase indolor. indolente de certeza. "nenhum de nós está habituado" ou "foi demasiado fado para uma noite só" ou ainda "foi a gordura da comida, deu-me azia, sabes?". já sei, já sei. esta não tem o fado. mas deu-me azia de qualquer maneira. ou então "desculpa". não, não há ironia. estou a pedir-ta. por gritar, mas não só. por ter subido ao meu pedestal e ter achado que a tua injustiça merecia ser castigada com o meu silêncio. e aqui aparece a ironia. a ironia de tantas vezes ficar calado sem querer castigar-te, e decidir que para castigar-te iria manter-me em silêncio. e por isso também. por todo esse silêncio. ontem dizias que era dos livros. duvidei. mas se calhar é. estavas a ser irónica, eu sei. mas disseste-me na mesma. mas eu gosto dos livros. quase tanto como de ti. e olha que não é pouco. tu sabes? às vezes duvido. porquê? também por causa dos livros. mas essencialmente por causa de mim. na sua imbecilidade os moldy peaches acertaram. i don't see what anyone can see in anyone else but you. até já.
2 Comments:
Fodasse! Estou babada... Nem sei o que diga... Vou já desatinar com o Nini por não me dizer estas coisas bonitas... Eu que gosto tantas destas coisas bonitas... Fodasse, mais uma vez... Que inveja... E tenho-te a dizer que já liguei à gaja a dizer-lhe o que te estou a dizer a ti! :)))))
Tão liiiiiiiindo... Quero que ele me diga que eu é que interesso... que desliza para junto de mim... que romântico... snif, snif... quase que me dá vontade de chorar com tanto amor... sabes que me emociono com estas, sim?
Com declarações destas, acho que te daria permissão para berrares as vezes que quisesses e precisasses... :)))))))
Sem resolução? Esta declaração bem pode ser a resolução... para mim, era... mas eu sou uma mole, eu sei... mas o que interessa... a vida é mesmo feita de amor... apenas amor!!!!! Pelo meu amor, pela minha mãe, pelo meu cão (muito amor pelo meu cão!!!), pela Mami, por ti, por todos os meus amigos... pelo sol, pelas árvores, pela vida, principalmente, pela vida!
"i don't see what anyone can see in anyone else but you"... só me faz lembrar a frase que o Nicholson diz à Helen... Ou será esta? Mais uma vez, babei...
O meu dia já valeu só por ler este textinho teu... :)))))))
Declarations is the Devil's work, is the folly of a boy's empty mind... E sabes como é, eu não preciso de vender a alma, ele já está dentro de mim ; )
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